O que é mais gostoso do que uma polenta quente e saborosa quando está frio lá fora?
Quando pensamos na culinária italiana às duas primeiras coisas que vêm nas nossas cabeça são a pizza e macarrão.
A terceira é a polenta. Prato da tradição principalmente do norte da Itália, a polenta ainda hoje é celebrada e muito consumida pelos italianos, ainda mais no período do inverno.
A longa História da Polenta
Este prato, de antiga tradição italiana, tem uma longa história e sempre representou um alimento básico para os homens: os Babilônios, Assírios e Egípcios moíam os cereais com as pedras e cozinhavam a farinha obtida na água, enquanto os romanos costumavam preparar a Polenta com o farro.
Apesar de ter se consagrado como um alimento típico do país, a polenta tem sua origem nas Américas.
Cristoforo Colombo, de volta a Europa, trouxe uma planta jamais vista nestas terras, o milho.
Devido à facilidade do cultivo, o uso do milho proliferava e pela simplicidade de preparo, apena com a simples adição de sal e água, virava o alimento dos camponeses.
Estima-se que este prato tenha surgido milênios atrás, e já era conhecido pelos romanos.
Os romanos chamavam a polenta de “pultem”, tinha uma consistência mole e era consumida temperada com queijos, carnes e molhos.
Os grãos eram transformados em farinha de uma maneira bem rudimentar: eram triturados com duas pedras em movimentos giratórios. Depois, acrescentava-se a água, e a massa era cozida sobre pedras quentes.
Mesmo depois da queda do Império Romano, a polenta continuou sendo apreciada na Idade Média.
A polenta era a base de toda a alimentação e era consumida tanto por camponeses quanto por nobres, os quais a serviam nos banquetes acompanhada de carnes e aves.
Sobre suas origens, ainda há muito a ser esclarecido, mas certamente não há dúvidas que seja deliciosa, porque, essa farinha amarela simples, se acompanhada de linguiça, queijo, feijão ou carne, torna-se um prato muito saboroso e nutritivo.
O capítulo triste da sua história
A polenta também fez parte de um capítulo muito triste da história italiana.
No Inicio do 1900 era a unica opção para matar a fome. Como não possuía todos os nutrientes necessários para uma dieta equilibrada, a polenta foi a responsavel pelo surgimento da “pelagra”, uma doença devida a deficiência nutricional que dizimou a população.
Em 1909 mais de 40mil pessoas foram diagnosticadas com essa doença.
A paternidade da polenta
A paternidade da polenta é disputada entre duas regiões da Itália: Friuli e Lombardia.
O Friuli apresenta documentos mostrando que o consumo de milho já acontecia nos meados do século 16.
A rival Lombardia, afirma que essas provas não são suficientes para atestar a paternidade do prato.
Os lombardos afirmam que Bergamo, cidade desssa região, possui a mais antiga receita italiana da polenta.
A Sua Grande Versatilidade
Por ser um prato muito versátil pode ser comida pura ou com varios tipos de molhos, pode ser o prato principal ou de acompanhamento.
Combina com molhos à base de tomate, ervilha, espinafre e outros vegetais; queijos, cogumelos, carne moida,carnes de aves, porco, javali.
Na Itália, o tipo de acompanhamento depende muito da região.
Alguns exemplos: no Friuli, serve-se a polenta sob filés de rodovalho (linguado gigante, uma espécie de peixe pertencente a família Scophthalmidae, do grupo dos peixes ósseos, de tamanho máximo variando de 101 a 200 cm, classificado originalmente por Linnaeus, em 1758.) aromatizados com alho.
No Vêneto, acompanha receitas típicas de bacalhau.
Na Lombardia, é acompanhada com espetinhos de aves dourados na manteiga.
No centro do país, e’ muito comun seu consumo com lingüiça de porco e com carne moida.
No Piemonte, encima das fatias de polenta coloca-se ovo frito em manteiga e lâminas de trufa branca.
Quando preparada em casa, a polenta assume caráter de festa e reunião familiar.
Comida de inverno, como da tradição, é preparada em grande panela de cobre, o paiolo.
Todos os familiares reunidos ficam em volta do fogo observando gulosamente a farinha cair na água, a massa ser mexida sem parar com a colher de madeira.
Basta uma pequena distração para formar grumos.
Antigamente a receita era bem simples: farinha, água, sal, leite, manteiga, queijo ou carne, mas hoje existem muitas variações: amarela, branca, cozida frita, dura ou mole, podendo acompanhar carne, peixe ou queijo.
Por ser um alimento de sabor neutro, é possível fazer várias combinações.
Os Seus Segredos
Os segredos da polenta são apena uma farinha de ótima qualidade e uma boa dose de força no braço para poder mexer sem deixar que se formem os grumos.
Adicione, em 2 litros de água, uma colher de azeite de oliva e uma colher de sal grosso.
Aos poucos adicione a farinha (500 gramas) sempre mexendo com bastante força. O importante é mexer sempre na mesma direção. Quando estiver desgrudando da panela significa que está pronta.
A Polenta no Brasil
Chegou ao Brasil, trazida logicamente pelos imigrantes italianos.
Inicialmente a polenta era pouco apreciada no Brasil, e por muito tempo seu consumo esteve restrito ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, devido à grande presença de imigrantes italianos nestas regiões.
Mas foi quando passou a ser incluída nos cardápios dos restaurantes italianos de São Paulo que a polenta se consagrou no Brasil.
Cada restaurante e cada botequim italiano passou a oferecer para seus clientes pelo menos uma variante do prato.
Os Brasileiros descobriram que a polenta, com o macarrão, risoto e a pizza, apresenta grande versatilidade. Cozida, frita, assada no forno ou na grelha, servida quente ou fria, incorpora os mais diversos aromas e sabores.
Polenta e Vinhos
Qual tipo de vinho combina com Polenta?
Quando estamos na frente de pratos bem encorpados, o vinho tinto é sempre o nosso melhor amigo.
O ideal é optar por vinhos tintos, que não sejam muito tânicos. Uma boa sugestão: optar por um Merlot, Pinot Noir ou um Cabernet Sauvignon.
Polenta ao natural indico e recomendo um Valpolicella Superiore Doc.
Polenta com cogumelos, recomendo um Cabernet del Trentino Doc, produzido na margem superior do Lago di Garda.
para uma Polenta com aves Um Vino Nobile di Montepulciano DOCG será perfeito.
Se, em vez disso, consumirmos polenta combinada com salsichas recomendo um Barbera d’Asti Doc.
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Obrigado
Amo polenta ,Seja frita, com molho enfim adoro.A história narrada pelo autor, esclarece a origem,e tradição do alimento ,incluindo também, a diversidade de molhos e vinhos que fazem deste prato divino uma delicia. Mais uma vez fui surpreendida por mais um artigo show.Professor vc e nota máxima. Agradeço a vc Francesco por divulgar seus conhecimentos comigo.
so posso agradecer de coraraçao!! obrigadooo